Monday, October 31, 2005

Vai começar mais uma época natalícia... HELP!

Se não me engano... é já a partir de amanhã que começam a rechear as ruas de lisboa com as decorações de Natal. Pessoas passeiam na baixa de propósito para ver este fenómeno. Perguntam se já estão as "luzes" e vão em debandada... pela Av. da Liberdade, Rossio, Rua Augusta, Praça do Comércio... quase como uma peregrinação. Tenho de admitir que detesto o Natal... supostamente época para estar com a família ser mais simpático, generoso, e no entanto se formos a uma loja, ou a um centro comercial mais parecem animais a empurrar e a lutar para se embrulhar o presente, para conseguir o melhor preço, que é feito do espírito natalício enquanto se está numa fila para embrulhar 3 pares de meias ????? O que me faz pensar... que além das decorações serem más, as prendas são ainda piores, o típico pijama, meias, cuecas, e mesmo assim um familiar meu o ano passado conseguiu superar tudo isso oferecendo-me uma caixa de 6 lápis de cor. Deu para rir e reciclar a prenda para a minha prima que ainda tem idade para brincar com essas coisas, se ainda tivesse vindo um livro para colorir... mas sem isso, não valia mesmo a pena.

E a programação na televisão??? lá vamos nós no dia 24 e 25 de Dezembro ver o Sozinho em casa pela milésima vez... ou quem sabe os gremlins.. isso sim seria uma novidade, NOT!

O que ainda safa o Natal são os doces que o acompanham, quem consegue resistir a um sonho ou a uma rabanada? Bolo rei já não digo, mas quase tudo o resto compensa.


Entretanto, na Arca de Noé...

Friday, October 28, 2005

Arremesso de calhaus


Há um desporto que me intriga… Certamente já ouviram falar do Curling. Até podem ver várias competições do mesmo com alguma regularidade na Eurosport. Resumidamente, este “desporto” consiste em, empurrando uma pedra sobre um ringue de gelo, dar-lhe impulso suficiente para que esta percorra alguns metros (cerca de 42 – sim, fui-me informar) e termine o mais próximo possível do centro do alvo. As equipas alternam arremessos (8 cada no total), e no final de cada turno de lançamentos, a equipa que tiver a pedra mais próxima do centro ganha um ponto por cada pedra antes da primeira do adversário. Oito turnos no total determinam o vencedor. Simples, não?
Ora, a grande questão é: Que raio de desporto é este e, pior ainda, porque é este desporto olímpico? Ali temos um gajo, agarrado a um calhau (polido, ainda por cima), a empurra-lo ao longo de uns metros de gelo para que este deslize até ao alvo… Já parece mau? Temos pior: a “acompanhar” o calhau ao longo dos 42 metros temos outros dois gajos com vassouras(?!) que servem para ir “polindo” o gelo, e assim aumentar a velocidade do calhau. Na sequência desta grande invenção (escocesa, segundo pude apurar), venho aqui propor que se tornem olímpicos outros desportos que espero tenham tanto sucesso como o Curling:
A malha: porque não? Sempre é mais masculino, arremessar malhas a paus colocados de pé. De realçar ainda que este desporto pode ser praticado ao lado de um café, garantindo a presença constante de cervejas frescas.
O dominó: desporto também praticado com pedras e com tanta ou mais emoção que o curling.
O bowling: Mais uma vez, um desporto praticado com pedras polidas que deslizam até um alvo final, com a vantagem de implicar algum ruído e devastação, tornando-o mais macho...

Como isto iria implicar que os profissionais de curling ficassem desempregados, sugiro que se crie uma nova modalidade olímpica, denominada Brushing, em que os atletas teriam de varrer uma sala bem longa de chão de azulejo enquanto um colega arremessa o filho ainda bebé com o intuito de o deixar a uma distancia a que já não seja possível ouvir o choro. Ou então, mais moderno, recorrendo ao uso de aspiradores. Em qualquer dos casos, os atletas teriam de estar vestidos como Criadas Francesas (se é para praticar um desporto amaricado, que o façam vestidos para o efeito).

Mais uma recomendação


Muito boa, esta semana de cinema. “Lord of War” (de Andrew Niccol, que se estreou com o interessante “Gattaca”) é um grande filme com Nicholas Cage no principal papel. Um excelente argumento (baseado em factos reais) sobre a vida de um traficante de armas (engraçado como é ténue a linha entre um negociador e um traficante de armas), grandes interpretações (destaco aqui também Jared Leto como irmão de Nicholas Cage) e uma boa realização são os motivos para que ninguém deixe de ver “Lord of War”, por muito que possa custar (talvez seja demasiado real, tornando-se um pouco pesado). A não perder.

E viveram felizes para sempre...


Um filme europeu sobre relações é sempre uma boa premissa. Se a isso juntarmos o facto de ser um drama em forma de comédia como só os franceses o sabem fazer, temos então um excelente filme. “Ils se marièrent et eurent beaucoup d'enfants“, de e com Yvan Attal, é um desses, a história de três amigos e de como cada um deles inveja a vida dos outros. Um reflexo do que é a vida real, sem rodeios (como os europeus tanto gostam de fazer, não é whatever?).
Em destaque uma magnifica cena na Virgin Megastore de Paris, ao som de Creep dos Radiohead (toda a banda sonora é muito boa e tem várias músicas de Radiohead), em que a actriz principal, Charlotte Gainsbourg, contracena, sem trocar uma palavra, com… Bem, alguém surpreendente, garanto, e que não vou revelar para não estragar a surpresa.

Calor que vem do frio.


Uma excelente fotografia de paisagens naturais é logo à partida o grande trunfo deste filme. Um documentário sobre o “ritual” de reprodução dos pinguins imperadores pode não parecer um tema suficientemente interessante para um filme. Talvez para um documentário da BBC a ver num sábado antes de almoço. No entanto, neste “La Marche de l'empereur”, Luc Jacquet conseguiu fazer um filme que nos cativa e nos entusiasma, ao acompanhar um “casal” de pinguins nesse trajecto, fantasiando o que passa na cabeça desses pinguins e utilizando-os como voz-off para nos mostrar como é difícil o processo de reprodução destes animais. Em suma: um filme a não perder, que até consegue ter a cena mais sexy de sempre em cinema entre dois pinguins. E que dizer das paisagens…

Sunday, October 23, 2005

A nossa vida não é um conto de fadas...

... mas a deles é.

The Brothers Grimm” é um divertido mas muito simples filme de Terry Gilliam, antigo membro dos Monty Python. Para quem já fez “Twelve Monkeys” e “Fear and Loathing in Las Vegas”, este “The Brothers Grimm” deixa algo a desejar.
É verdade que Matt Damon e Heath Ledger fazem uma dupla divertida, e que a história está bastante bem conseguida, pois conjuga elementos de várias fábulas de uma forma original. O “mundo” em que as personagens se movem está muito bem construído, as cidades/aldeias estão excelentes. E temos um magnifico Peter Stormare com um sotaque… genial!
Mas ficamos sempre com a sensação que falta algo ao filme.

P.S. - Realço este poster que encontrei algures por aí, e que tem um toque "Monty Pythoniano"...

Ainda bem que eram só os últimos...


Quis propositadamente deixar passar uns dias antes de escrever aqui alguma coisa sobre o filme “Last Days”.

Este filme é (levemente) inspirado no final da vida de Kurt Cobain, embora Gus van Sant tenha dito que não quis fazer o filme como uma biografia. Ora, a minha opinião sobre este filme é simples: van Sant, que considero ter tido o ponto alto da sua carreira em “Good Will Hunting” (quem sabe o truque está em apenas realizar e não escrever), acerta no alvo, isto se nos limitarmos a analisar a sua capacidade de transmissão do que ele considera como possíveis motivações para o suicídio de uma estrela rock, adorada por milhões. O problema é que o faz num filme de hora e meia, quando o poderia fazer em 20 minutos. Tudo bem que se pode entender como uma forma de, ao “cansar” o espectador, mostrar como a estrela em causa, de seu nome Blake (muito boa interpretação de Michael Pitt), também atinge um ponto de cansaço que o leva a desistir de tudo. Mas o que é certo é que a certa altura (ainda cedo no filme) a cadeira já estava a ficar cansada de mim… E cansei-me a tal ponto que até a opinião do filme piorou (e muito).
Um conselho para quem quer ver o filme: vejam em casa, no sofá e sem sono… E teria dito pior se tivesse escrito logo à saida do filme.

Wednesday, October 19, 2005

Tuga? Não, Português!


Uma surpresa positiva: “Alice” é talvez o melhor filme português dos últimos anos… Com um argumento simples mas bem construído e com interpretações de bom nível, a base estava lançada para um filme de qualidade. Mas o filme vai bem para além disso.
Uma fotografia de grande nível, uma belíssima musica composta para o filme por Bernardo Sasseti, uma produção de grande qualidade a todos os níveis (imagem/som/montagem) e, acima de tudo, uma excelente interpretação de Nuno Lopes. Uma surpresa vê-lo neste registo tão dramático, ele que apareceu a fazer o “Programa da Maria” e sketches no Herman SIC.
Não quero aqui alinhar nos elogios desmedidos que tenho visto/lido por ai. O filme tem os seus defeitos, o maior dos quais o facto de se “arrastar” em certas partes, cansando um pouco quem o está a ver. Mas é realmente de realçar quando (finalmente) vemos um filme português com uma produção ao nível de qualquer bom filme independente (seja europeu ou americano). O realizador Marco Martins, aqui na sua estreia(!!) promete trazer algo de novo ao cinema português... Vamos ver se cumpre.

"She hate me", she hate me not...


"She hate me" é o ultimo filme de Spike Lee. Pena é que não seja o seu melhor. Depois do excelente "25th Hour", um dos melhores filmes dos últimos anos e o primeiro filme em que Spike Lee foge completamente às temáticas raciais, esperava-se mais deste “She Hate Me”. Embora fugindo também a essas temáticas, a história central deixa muito a desejar. Se por um lado é uma critica às grandes empresas americanas (farmacêuticas em particular), Spike Lee aproveita também para dar algumas “alfinetadas” em GW Bush, a mais curiosa das quais durante o genérico inicial (não, não vou contar aqui). Pena é que o argumento peque por ser previsível e, nalgumas partes, seja mesmo óbvio. Para além disso, Spike Lee opta por ser demasiado “gráfico” em muitos momentos, com pormenores que são claramente dispensáveis.
Em resumo: “She hate me” é um filme fraco, muito longe da qualidade habitual dos filmes de Spike Lee e sem qualquer comparação possível com “25th Hour”.

Friday, October 14, 2005

E porque não?


Neste momento está a ser feita uma petição online para a FIFA a solicitar que a página da mesma esteja também disponível em português. No endereço http://www.petitiononline.com/FIFA2006/petition.html podem deixar a vossa "assinatura" para que o site do organizador dos Mundiais (e recordo que no próximo vão estar três selecções que falam Português - Portugal, Brasil e Angola) esteja disponível numa lingua falada por 200 milhões um pouco por todo o mundo, e que está entre as 10 línguas mais faladas, à frente da Francesa, por exemplo.

A perfect 10


Aqui está como um poster de um filme pode ter tanta qualidade como o mesmo. Tanto o poster como o filme em si merecem da minha parte um 10 em 10, para usar o sistema de avaliação ali do Morning Theft.
"The Shawshank Redemption" é o meu filme preferido e, para além disso, é um dos melhores filmes alguma vez feitos, se analisado apenas em função da qualidade. Aliás, segundo a minha fonte de informação sobre cinema, a sempre fiável Internet Movie Database, está em segundo lugar nas votações para melhor filme, com uma média igual ao líder, "The Godfather".
A partir de um conto maravilhoso de Stephen King, que fugiu ao habitual fantástico nesta história, Frank Darabont, no seu primeiro filme "a sério" conseguiu uma obra prima... Claro que para isso teve a "ajuda" das interpretações fantásticas de Tim Robbins como Andy Dufresne e de Morgan Freeman como Ellis Redding ou, como ficará para sempre conhecido, "Red".


Filmado no belissimo Ohio State Reformatory, nada falha neste filme. Os cenários, a realização, as interpretações já mencionadas, a história comovente sem entrar em exageros, mas passando por humor e algum suspense e até a forma como somos "levados" ao longo da história pela narração brilhante de "Red" - quem pode esquecer a mítica frase: "Andy Dufresne - who crawled through a river of shit and came out clean on the other side." - tornam impossível não sentirmos alguma emoção ao ver este filme.
Julgo não exagerar quando digo que esta obra (como algumas outras) justifica por si só a existência do cinema enquanto arte.

Thursday, October 13, 2005

O mundo hoje em dia...

Sem palavras...


Carta pré-eleitoral de Valentim aos idosos de Gondomar...

Wednesday, October 12, 2005

Given To Fly

He could've tuned in, tuned in, but he tuned out
A bad time, nothing could save him
Alone in a corridor, waiting, locked out
He got up outta there, ran for hundreds of miles
He made it to the ocean, had a smoke in a tree
The wind rose up, set him down on his knee

A wave came crashing like a fist to the jaw
Delivered him wings, "Hey, look at me now"
Arms wide open with the sea as his floor
Oh, power, oh

He's.. flying
Whole
High.. wide, oh

He floated back down 'cause he wanted to share
His key to the locks on the chains he saw everywhere
But first he was stripped and then he was stabbed
By faceless men, well, fuckers
He still stands

And he still gives his love, he just gives it away
The love he receives is the love that is saved
And sometimes is seen a strange spot in the sky
A human being that was given to fly

High.. flying
Oh, oh
High.. flying
Oh, oh
He's flying
Oh, oh

(Eddie Vedder)

Para não ser visto.


É esse o conceito de “Stealth”, um avião tecnicamente evoluído que não é detectado no radar e que não precisa de pilotos graças à avançada tecnologia de que dispõe. Ora, será uma grande surpresa para quem ainda não leu a história do filme se eu disser que o avião, ao ser atingido por um raio, se torna mau? E que os pilotos que colaboram no projecto é que vão ter de resolver a situação, assim demonstrando a superioridade dos humanos sobre as máquinas…? Enfim, um filme sem grandes surpresas (dá para perceber como vai acabar a meio do filme), com bons momentos de acção e alguns bons efeitos especiais, mas também com momentos fraquitos… Mais um filme de tarde de domingo na SIC, com um balde de pipocas a acompanhar.

Niagara Falls by night

A caminho das nomeações.


Cinderella Man”, o filme de segunda-feira, é Ron Howard ao seu melhor nível. Pena é que o melhor estilo de Ron Howard nunca chega a atingir o genial, mas o homem deve ter um manual do estilo “Como ganhar nomeações para os óscares em 10 lições”. O que é certo é que “Cinderella Man” não deve falhar as nomeações de 2006. E uma delas devia ser para Russell Crowe.
Já não é surpresa que Russell Crowe é um excelente actor. E que os pontos altos da sua carreira são biografias, ou historias baseadas em factos reais. Para alem de “The Insider”, que é na minha opinião, o melhor papel de Crowe (e também aquele que o trouxe para a ribalta depois de boas interpretações em “L.A. Confidential” e no pouco conhecido mas muito bom “Romper Stomper”), temos também “A Beautiful Mind”.
Sim, eu sei que também fez o “Gladiator” e até ganhou o Óscar por ele, mas pessoalmente considero esse um filme banal, muito abaixo dos anteriormente citados, em que recebeu o Óscar por clara compensação pelo ano do “The Insider”.
Mas voltando a este ultimo filme de Crowe, mais uma vez mostra a sua versatilidade (embora alguns digam que fazer de boxeur é algo natural para ele e andam por aí guarda-costas que confirmam isso). Mas também Paul Giamatti está excelente no filme. Apenas Renée Zellweger deixa um pouco a desejar, na minha opinião.
A história (verídica) é muito boa, o guarda roupa e cenários estão optimos e as cenas de combate estão bastante realistas. Tudo isto faz de “Cinderella Man” um filme a não perder, uma excelente biografia e, na história de James J. Braddock podemos ver uma história de coragem num momento difícil. Claro que, e como defeito, podemos apontar as típicas “americanices”, como a conversa da segunda oportunidade, o facto de “acreditar sempre ser o suficiente”, etc, etc… Mas se a história é verídica…

Monday, October 10, 2005

"Singin' in the Rain" (better yet, make that swearing!)


Chegou a chuva… com ela, toda a confusão que deriva dos chapéus que se viram e/ou que molham quem vai ao lado, das poças que se geram na maravilhosa calçada portuguesa, das sarjetas entupidas pelas muitas folhas que foram caindo durante as ultimas semanas, dos acidentes causados pelos (inúmeros) condutores tugas que continuam a acelerar como se a estrada mantivesse a sua aderência, do trânsito resultante dos mesmos acidentes, da lama que surge nos vários locais em Lisboa onde temos obras, da casa suja pelos sapatos que ficam com restos da lama. Enfim, venha de lá o frio, levem-me esta chuva…

“Quanto mais tempo passa, mais duro fica”


É esta a frase chave de “The 40 year-old virgin”. Um filme que, se formos pelo titulo, promete uma comédia tipicamente americana, feita de humor fácil e uma sucessão de clichés… Mas não é esse o caso.
Judd Apatow (escritor e realizador), com a ajuda de Steve Carrel (protagonista e escritor e conhecido do "The Daily Show"), conseguiu fazer um filme que, na sua maioria, foge a esse humor fácil. Com um elenco a roçar o perfeito, uma história bem contada e uma excelente realização, este é realmente um filme a ver. Não quero aqui adiantar nada sobre o argumento (pelo menos não mais do que o titulo ou o trailer mostram), por isso fico-me pela recomendação por aquela que é, na minha opinião, uma das melhores comédias dos últimos tempos, embora também tenha momentos menos bons.
Uma nota de realce para este cartaz, do mais simples que há, mas com tudo o necessário. Desde as cores, ao sorriso, ao pólo e, principalmente, à iluminação “celestial”. Numa palavra: Perfeito!

(Ainda) O nosso jornalismo

Vem este post no seguimento do anterior.
Ora eu lembro-me de ler a referida notícia e lembro-me também de, às páginas tantas, ter sido mencionado qualquer coisa como o facto de ter sido rasgada a capota de lona do carro para assim ter sido roubado o referido computador. É isso... Leram bem... De Lona!
E depois a referida dona do carro diz que "acha estranho"...
Ora isto só merece um comentário...
Quem deixa um computador portátil dentro de um carro com capota de lona a única coisa que pode achar estranho é o facto dele não ter sido roubado mais cedo.

O nosso jornalismo

Esse grande poço (sem fundo) de jornalismo de qualidade que é o “Destak” (reparem no maravilhoso incitamento ao mau português… como se não bastassem os sms’s e as campanhas promocionais tipo “Karga nisso”) trazia quinta-feira uma noticia no mínimo curiosa. Dizia assim a capa, chamando para uma noticia no interior: “Carla Almeida ficou sem o computador portátil onde trabalhava no seu segundo livro. A escritora acha tudo «muito estranho».” Confirmem aqui.
Desde logo fiquei com uma dúvida: “quem é esta Carla Almeida e porque raio é que o facto de lhe terem roubado o portátil vem na capa do jornal…?”. Ainda não fez um mês que me roubaram o auto-rádio e o “Destak” não me veio perguntar a minha opinião. E também eu achei estranho que me roubassem o rádio sem levar o painel frontal… Se fosse pessoa de ficar ressentido, nunca mais leria o “Destak”. Mas, que faria eu depois ao pequeno almoço, ainda antes de acordar? Que mais poderia ler sem ter de estar acordado?

Felicitações


Os meus parabéns a todos aqueles que votaram em Fátimas, Valentins, Isaltinos e afins...
Uma boa prova de que cada um tem o que merece.

Thursday, October 06, 2005

Tristeza, mas da boa


Hoje vi o filme "The United States of Leland", no seguimento do que tem sido uma semana intensa de cinema. E posso dizer que foi claramente o ponto alto até ao momento. Um argumento triste mas brilhante, uma realização simples e acima de tudo um elenco excelente. Se os vários actores estão, em geral, bastante bem, como Kevin Spacey num papel secundário ou Don Cheadle também muito bem, convém destacar acima de todos Ryan Gosling no papel principal.
Leland é aparentemente um rapaz normal que um dia esfaqueia um jovem deficiente mental, o irmão da sua ex-namorada. Vários motivos surgem como hipótese para o crime, como a raiva pelo fim da relação ou o abandono por parte do pai (agora um escritor famoso - Kevin Spacey) quando Leland tinha apenas 6 anos. Don Cheadle é professor na prisão onde Leland aguarda julgamento e vai tentar entender o que lhe vai na cabeça. Não adianto mais, apenas digo que o filme começa por dar a sensação (até meio) de ser apenas (mais) um retrato da América actual com as várias personagens e as relações entre elas, mas vai muito para além disso, levando-nos a pensar sobre a forma como encaramos as nossas vidas. Recomendo vivamente!

P.S - Amanhã é dia de "The 40 Year Old Virgin"... Aguardem novidades, este promete!

Spread Your Wings

Sammy was low
Just watching the show
Over and over again
Knew it was time
He'd made up his mind
To leave his dead life behind
His boss said to him
'Boy you'd better begin
To get those crazy notions right out of your head
Sammy who do you think that you are?
You should've been sweeping up the Emerald bar'

Spread your wings and fly away
Fly away far away
Spread your little wings and fly away
Fly away far away
Pull yourself together
'Cos you know you should do better
That's because you're a free man

He spends his evenings alone in his hotel room
Keeping his thoughts to himself he'd be leaving soon
Wishing he was miles and miles away
Nothing in this world nothing would make him stay

Since he was small
Had no luck at all
Nothing came easy to him
Now it was time
He'd made up his mind
'This could be my last chance'

His boss said to him 'now listen boy
You're always dreaming
You've got no real ambition you won't get very far
Sammy boy don't you know who you are?
Why can't you be happy at the Emerald bar?'

So honey
Spread your wings and fly away
Fly away far away
Spread your little wings and fly away
Fly away far away
Pull yourself together
'Cos you know you should do better
That's because you're a free man
Come on honey

(John Deacon)

Wednesday, October 05, 2005

A primeira vez não foi tão boa


Ontem foi dia de “Night Watch”, graças à simpática oferta de um convite por parte da Papoila.

Já tinha visto este filme há uns meses atrás, quando me arranjaram em DivX (sim sim, estou a admitir uma ilegalidade em público e a deixar provas escritas na Internet). Por norma gosto de ver os filmes em cinema e não no PC, mas estava convencido que este filme não iria estar em cartaz, pois já tinha saído vai para um ano no resto do mundo. E tenho de admitir que na altura não gostei. Àparte uma ou outra cena de efeitos especiais muito bem feita, e ter gostado da base da historia, achei que o filme se arrastava interminavelmente. Além disso, não é um filme “fácil”, pois apenas começamos a perceber a história lá para o meio do filme. Pior se visto no pc, com som baixo, eles a falar russo e as legendas em inglês com erros. Portanto, a minha primeira experiência com o “Nochnoy dozor” (nome original) não foi positiva. No entanto ontem foi completamente diferente. Claro que o facto de saber o final me ajudou melhor a compreender a história. Aliás, acho que o filme perde por complicar o que já é complexo. Por isso, ao saber o final, pude abstrair-me do que era acessório e concentrar-me no essencial… com isso vim a descobrir pormenores muito interessantes da maravilhosa história de Sergei Lukyanenko, o autor por detrás da trilogia (sempre na moda) de livros que originou os filmes (sim, ainda vamos ter mais dois, já em pós-produção está o “Day Watch”).

Resumindo: na minha opinião este é um filme que vai parecer longo e perder o interesse algures a meio, quando o virmos pela primeira vez, e ficar muito mais interessante da segunda vez. Por isso não posso recomendar a ida ao cinema para ver o filme… pois se forem ver da primeira vez vai-vos parecer uma má opção, e pagar duas vezes para apreciar o filme não se justifica. Talvez fazer como eu fiz possa ser uma boa opção, primeiro em pc, depois no cinema, embora só tenha ido porque era de borla…
Após a primeira visualização, não queria sequer saber da segunda parte do filme… Agora estou bastante ansioso.

Tuesday, October 04, 2005

Bola na trave


Fui ontem ver o “Goal!”.
Sendo na minha opinião um filme banal, pode servir de entretenimento para uma tarde de domingo, especialmente a quem goste de futebol. Com um elenco maioritariamente composto por ilustres desconhecidos e completado por aparições esporádicas de jogadores de renome, como Alan Shearer, David Beckham, Zinedine Zidane ou Raul, o argumento não passa de uma sucessão de clichés mais do que previsíveis. Não há um único momento de surpresa ou originalidade. Não deixa no entanto de ser um filme certinho e, como disse anteriormente, bom para uma tarde de domingo em que uma pessoa não queira pensar muito.
Foi uma boa oportunidade de fazer um filme com qualidade sobre futebol, mas digamos que a bola bateu na trave.

Estão já a filmar o “Goal! 2”, em que o jogador irá jogar para o Real Madrid e sei também que vão filmar o “Goal! 3” que decorrerá durante o Mundial na Alemanha.

Monday, October 03, 2005

Morning relief... Or isn't it?


Por sugestão do TheBluesMan, vou agora debruçar-me sobre uma questão tipicamente masculina, a “mijinha madrugadora”.
A necessidade de urinar logo pela manhã é uma consequência natural do facto de, durante um período mais ou menos alargado de tempo, as pessoas não terem aliviado a bexiga. Acontece aos homens e acontece às mulheres. Até aqui nada de mais.
O grande problema no caso dos homens deriva de uma outra situação, essa sim apenas masculina: a famosa “Erecção matinal”. Ora se já é bem conhecida a dificuldade geral dos homens para acertar na sanita, ainda para mais para quem está ainda meio a dormir (ou nalguns casos completamente a dormir), imaginem a conjugação disso com um “firme e hirto, como uma barra de ferro”.
Sobram então como soluções mais óbvias o mijar sentado (o que não garante a “impermeabilidade” e tem o inconveniente das “pancadinhas” na tampa da sanita) ou o assumir da tão ridícula como frágil posição de 90 graus, apoiando-se com uma mão na parede. Em alternativa, pode-se sempre por a água a correr e fazê-lo para a banheira, o que sempre aumenta consideravelmente o recipiente-alvo e, por consequência, a probabilidade de acerto. Também esta hipótese tem os seus defeitos, pois imagine-se que vivemos acompanhados… vamos de certeza levar com a pergunta “Estiveste a beber? A sanita é ali!” e todo o sermão que a acompanha.
Para além deste, outros problemas se levantam (e não é levianamente que uso o termo “levantam”). Não é incomum, se estivermos acompanhados no leito, a outra pessoa acordar e, ao ver o nosso “estado”, surgir-lhe uma ideia agradável. Ou melhor, uma ideia que, sendo (sempre) agradável para um homem, não é um mar de rosas naquele momento. Porque fica a dúvida: “Vou aproveitar esta situação desde já e começar bem o dia, mas tendo de fazer o esforço de me conter e com isso minimizar o prazer? Ou corro o risco de perder uma oportunidade destas e digo: só um minuto, vou ali ao wc? É que até posso arranjar uma desculpa qualquer diferente do anti-climax «vou mijar», mas isso não impede que ela vá ter uma desilusão quando eu voltar «desarmado»… ou que entretanto ela fique sem vontade” – sim, porque com as mulheres nunca se sabe… se connosco tudo serve para dar o mote, com as mulheres muitas vezes é o oposto. Mas isso pode ser tema para outro “post”.

Treina(dores)

Não sei se sou só eu a ter esta sensação mas, desde o verão de 2004, de repente toda a gente é doutorada em futebol.
Conheço pessoas que nunca viram um jogo na vida até começar o Euro e que, desde então, são autênticos Marcellos Lippis com créditos firmados na praça. Ainda não consegui foi perceber o que é que fez despertar o bicho futebolístico nesta gente. Não sei se foi a boa campanha de Portugal no Euro, não sei se foram os êxitos de Mourinho ou as fintas do Cristiano Ronaldo. Não sei e, muito sinceramente, não quero saber!
Agora digo-vos sinceramente - e esta é a razão que me levou a escrever este post - que começo a ficar ligeiramente irritado com isto...
Irrita-me ouvir que determinado guarda redes "deu um frango" quando sofre um golo indefensável...
Irrita-me ouvir alguém dizer que determinado jogador desconhecido não vale nada depois de vê-lo efectuar um remate menos conseguido...
Irrita-me ouvir alguém falar em 4-4-2 ou em 3-5-2 quando esse alguém não sabe distinguir um central dum extremo...
Irrita-me ouvir alguém dizer que "é penálti!" quando não sabe metade das regras e subtilezas do jogo.

Ou se calhar sou eu que ultimamente ando irritado com o futebol... Já não sei...

Sunday, October 02, 2005

To(o) geek or not to(o) geek


Esta moda dos ténis com rodinhas levanta uma questão importante: o que é que distingue os “geeks” dos putos “fashion”? Eu tenho para mim que, se o primeiro puto a levar ténis com rodinhas para a escola fosse um “geek”, ninguém mais tinha ouvido falar nessa moda. Aliás, o mais certo era ninguém mais ouvir falar do puto “geek” em causa…
Os ténis com rodinhas vêem na sequência de outras grandes modas que são ideias claramente “geeks”. A fita ao pescoço com as chaves do carro, as “pulseiras” a dizer strength/love/etc.., o tuning, os telemóveis com máquina fotográfica…
Ora eu que fui um “geek” durante os meus tempos de adolescente e sofri com isso, só posso ficar revoltado. Mas que raio de mariquice é esta?? Ténis com rodinhas? Fitinhas ao pescoço?? PULSEIRAS de borracha ou plástico ou que raio é aquilo???
Que teria sido de mim se aparecesse nas aulas com alguma dessas coisas? Ou com as três? No mínimo, para alem da monumental (e habitual) tareia, era gozado durante meses… MESES!! E ainda por cima quem não tinha coisas de marca não era ninguém, e eu não tinha coisas de marca. Se estivesse na moda ténis PUMA, no máximo eu andava com uns ténis PUMBA ali da feira do relógio. Ou seja, se fosse hoje em dia, em vez dum telemóvel NOKIA, teria um MOKIA. Usaria fitas ao pescoço com publicidade OCEAN ATLANTIC e pulseiras de um qualquer plástico manhoso que provocava alergia no pulso e a dizer Amor de Mãe.
Independentemente de tudo isso, apanharia as tareias na mesma...

Saturday, October 01, 2005

Descubra o erro...

Quinta da Regaleira II

Eclipse Solar




No último eclipse solar, andava eu perdida por terras polacas, mais precisamente em Poznan e não sei se foi do cansaço de estar há 15 dias a andar de comboio pela europa... mas confesso que perdi um dos maiores espéctaculos porque estava a dormir!
No trânsito de Vénus já foi diferente, mantive-me acordada e às 7:42 lá estava eu de óculos postos a olhar para o sol a tentar descobrir uma mínuscula pinta preta a aparecer.
Agora tenho uma nova oportunidade, e embora não seja um eclipse total mas sim anular vale sempre a pena testemunhar, até porque o próximo será apenas em 2028.
Infelizmente em Lisboa o eclipse será apenas parcial e terá inicio às 8:38, o máximo será às 9:53 com o fim previsto para as 11:17.
Na minha opinião a não perder.

Palavra de Co!


"Se acenarem lenços brancos, vou-me embora."
Co Adriaanse, treinador do FC Porto.

Coitado, ainda não conhece bem o futebol português…


Já agora, aproveito este post para, sem clubismos, enviar os parabéns a todos os que contribuíram (jogadores, treinadores, direcções, adeptos) para a maravilhosa jornada europeia (ou será jornada europeida?) desta semana, em que tivemos 4 derrotas, 1 empate (com direito a cenas de futebol sul-americano no final) e 1 vitória (com um golo aos 85m depois de passar um jogo inteiro a defender... mas valha-nos isso).
:(

Tão diferentes… Ou seremos mesmo?

Hatin Sürücü, de origem turca, tinha 23 anos. Vivia em Berlim com o filho de 5 anos, de um casamento – por obrigação – com um primo quando tinha apenas 16 anos. Tinha-se divorciado do marido, tinha deixado de usar véu e estava a tirar um curso técnico para poder ser electricista. Para além disso, tinha começado a sair com alemães. Normal? Nem por isso, pelo menos não para a família dela, fortemente seguidora do “modo de vida” muçulmano. Perante os seus olhos, a vida que ela levava era degradante.
Um dia, Hatin recebe uma chamada de um familiar. “Vem ter comigo àquela paragem de autocarro”, dizia a voz do outro lado. E ela foi, deixando o filho a dormir em casa. A noite, em pleno Fevereiro (dia 7), estava fria e talvez por isso ninguém estava na paragem. Por isso ninguém viu de onde vieram os tiros, por isso ninguém ajudou logo naquele momento, ninguém chamou a policia, os bombeiros… alguém…
Poucos dias depois, o funeral seguiu todas as tradições muçulmanas, de acordo com o que pretendia a família. Apenas 3 pessoas não puderam comparecer, os irmãos de Hatin, de 25, 24 e 18 anos. Estavam presos pelo assassinato da irmã, depois do irmão mais novo se ter gabado à namorada de ter terminado com a vida “corrupta” da irmã.
Caso isolado? Em Berlim, entre Dezembro e Março, cinco outras mulheres foram mortas por motivos relacionados. Duas esfaqueadas em frente aos filhos, uma afogada, uma morta a tiro e uma estrangulada. E isto são apenas os casos conhecidos, outros há que nunca chegam a ser públicos.

Claro que todas estas situações são horríveis, estúpidas e sem qualquer justificação. Claro que tal coisa não sucede neste país. Ou será que sucede?...
Se o que mais nos choca nestes casos são as motivações, que dizer do caso do agricultor que matou o vizinho por causa de 1 metro quadrado de terreno? Ou do pedreiro que matou a mulher à machadada por pensar que ela tinha um caso? Ou do caçador que pegou na sua arma e foi dar um tiro na ex-mulher e no filho? Será assim tão diferente? Será menos mau?...

Sondagens inúteis/inexplicáveis

Maravilhosa, esta sondagem SIC/Expresso/Rádio Renascença:
“(…)[em] resposta à pergunta: “a quem emprestaria o seu carro?” Carrilho leva vantagem, recolhendo 46,5 por cento das preferências. E o candidato do PS é também favorito como companhia para jantar (49,1 por cento).”
Se no caso de emprestar o carro, eu até consigo perceber – Não se costuma dizer que há duas coisas que não se emprestam: o carro e a mulher? O pessoal deve achar que emprestando o carro ao Carrilho, ele empresta a mulher – gostava que me explicassem qual o interesse de jantar com o Carrilho?...
Sim, é verdade que ele foi ministro da cultura e que certamente não tem falta da mesma. Mas… Já o ouviram falar? Ou melhor, a pergunta certa deve ser: Já o ouviram falar mais de 10m sem adormecer? Não está aqui em causa se é bom politico ou não, se será o melhor candidato à câmara de Lisboa, etc… A questão é: o homem é um pouco cansativo, e isto porque não queria dizer chato. Agora imaginem-se num jantar com ele, e de repente, a meio de uma dentada num “coelho da Baviera com recheio de trufas e molho de castanhas”, um comentário sobre a obra de Schubert tocada pela orquestra sinfónica de “Brains Sur Les Marches” que toca como nenhuma outra. Começo a pensar que afinal a Bárbara Guimarães sofria de insónias e casou-se com o homem para ultrapassar isso. Ou então já estou a ver os dois em actividades sexuais e ela a gritar: “Sim Manuel Maria, fala-me de como Proust era um sofredor de primeira classe, asmático, insone e com fixação materna.”