O meu post anterior é uma boa ilustração do “Efeito Gripe das Aves” ou, para os mais informados, o “Efeito H5N1”. Se por um lado é normal e até conveniente que o público esteja informado, este excesso de informação a que temos assistido vem ter efeitos negativos, servindo como “desinformação”. É de lembrar que em Portugal toda a gente se preocupa muito com a noticia do momento, esmorecendo passado pouco tempo. Ora, falar-se tanto de gripe das aves neste momento vai ter o efeito “Pedro e o lobo”… estamos numa fase em que o vírus ainda é de contagio muito limitado, apenas quem tenha contacto constante com esses animais vivos, principalmente sangue e fezes, corre reais riscos. Já para não dizer que, por enquanto, ainda não é transmissível entre pessoas. O que vai acontecer é que, quando a ameaça deixar de o ser e passar a certeza (entenda-se pandemia), vamos ter o belo do tuga a conviver (ou outras coisas acabadas em “er”) com as galinhas (como sempre o fez) e a dizer:
“Ora, se me dou com galinhas desde sempre e nunca apanhei esse tal vírus da constipação dos pássaros, não vai ser agora que vou apanhar!”
Isto vem na sequência de outras grandes decisões do povinho, como por exemplo, numa notícia que vi algures durante o verão, em que uma família se banhava numa praia fluvial cujas águas estavam “interditas” por poluição química, com direito a várias placas de aviso. Ao entrevistar o pai das duas crianças que brincavam dentro de água, este, em resposta à questão “então e não o preocupam os avisos?”, diz orgulhosamente:
“Eu tomo banho nesta praia desde pequeno e não tive qualquer problema até hoje, não vai ser agora que isso vai acontecer!”.
Bem, penso que desta resposta se pode retirar que realmente o que quer que seja que está a afectar a água daquela zona realmente teve um efeito forte sobre o senhor em causa, principalmente sobre a sua capacidade de raciocínio.
Outra consequência em Portugal vai certamente ser um decréscimo acentuado nos lucros dos aviários. É que o tuga acha sempre que as galinhas de aviário (em espaços fechados e sem contacto com outras aves) é que são suspeitas, em relação àquelas que andam na rua, nos quintais dos amigos e que estão muito mais sujeitas a contágio por outras aves, migratórias particularmente.
Tuesday, November 01, 2005
Vai um Antigripine?
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2 comments:
Nem mais! É a pura das verdades, mas infelizmente cá pelo burgo costuma ser assim. Já agora, quanto á fotografia, esse frango deve ter acabado de chegar do Algarve. Saudações e um grande abraço!
eu vi essa reportagem e fiquei para morrer...claro está que me fartei de chamar nomes "simpáticos" ao senhor.
P.S- ainda hoje comi um belo de um frango de churrasco...
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