To flush or not to flush...

Começo com uma situação que se repetiu hoje: Nada pior que chegar a um WC e deparar-me com um autoclismo por puxar.

Já nem vou entrar no campo do "farias isso em tua casa?...", pois a resposta parece-me demasiado óbvia para ser mencionada. Embora, e pensando friamente, fizesse mais sentido não puxar o autoclismo em casa. Ora imaginem a cena: Após uma sessão de trabalho árduo por parte dos nossos intestinos (motivado, por exemplo, por isto), saímos para lavar as mãos (ok, não puxar o autoclismo é uma coisa, mas… não quero sequer pensar que as pessoas com quem trabalho e que me cumprimentam no inicio do dia não lavam as mãos!). Eis que, no mesmo momento em que estamos a sair do “cubículo”, entra um colega nosso, quem sabe o colega que está o dia todo sentado ao nosso lado. Com que cara vamos olhar para ele durante o resto do dia…? Ou mesmo o resto do tempo que trabalharmos na empresa. Mudar de posto de trabalho não me parece solução, e em casa pelo menos não corremos esse risco, quem vive connosco certamente já “presenciou” pior (mais uma referência ao caso acima citado).

Para além da vergonha que essas pessoas se arriscam a passar, não me surge outra hipótese. A não ser que seja uma forma de protesto… Passo a explicar:

Trabalho num call-center de um ISP, pelo que toda a gente aqui passa o dia a carregar em botões, seja na consola de telefone, seja no teclado do computador. Ele é botão para abrir aplicações, ele é botão para atender a chamada, para mudar de cliente, abrir uma reclamação… enfim, carregar em botões é o dia-a-dia de um operador. Por isso já estou a ver o pensamento: “Estes gajos obrigam-me a passar o dia a carregar em botões, até me penalizam se eu não fizer, por isso, e como forma de protesto, sempre que tiver oportunidade NÃO vou carregar no botão.”

E assim é preferível deixar o WC num estado lastimável, correr o risco de passar vergonhas e causar um nojo desgraçado ao pobre rapaz que vier a seguir (que vai ter de carregar no dito botão). Será que já pensaram que podem ser o “rapaz que vem a seguir”…?