Friday, September 29, 2006

"I met this very nice lady, and her name's Story(...)"


O meu "contador de histórias" favorito sempre foi Steven Spielberg. Dos mais unanimemente aceites ("E.T. - The Extra-Terrestrial", "Schindler's List", "Saving Private Ryan") aos mais criticados ("A.I. - Artificial Inteligence", "War Of The Worlds", "Munich"), Spielberg sempre teve o condão de pegar numa boa história e transpô-la para cinema como mais ninguém.
No entanto, de há uns anos para cá, e em particular desde "Signs", que reconheço em M. Night Shyamalan um talento “diferente”. Shyamalan pretende fazer passar uma mensagem em cada filme seu. Para esse efeito, cria ele próprio toda uma história complexa, com múltiplas camadas de interpretação, de forma a que a sua mensagem passe, quer os espectadores se dêem ao trabalho de a tentar entender ou não.
Embora, para mim, o expoente máximo dessa forma de realizar seja “Signs”, este “Lady In The Water” não lhe fica muito atrás. Partindo de um conto de embalar que Shyamalan inventou para as filhas, “Lady (…)” é uma história aparentemente simples mas lindíssima, cheia de intencionalidade, desde os pequenos detalhes até à mensagem final. Para além dos momentos intensos (uma marca nos seus filmes), temos momentos de uma beleza rara, para a qual também contribui uma excelente e tocante banda sonora de James Newton Howard. Destaque ainda para as interpretações, neste caso de Paul Giamatti (cada vez mais a afirmar-se), Bryce Dallas Howard e do próprio M. Night Shyamalan, que pela primeira vez atribui a si mesmo um papel com maior presença ao longo do filme.
Quanto à história em si, consiste numa "narf" (Bryce Dallas Howard), de seu nome Story (mais um pormenor genial de Shyamalan), que vem ao nosso mundo para mudar a vida de alguém e que para isso é ajudada por Cleveland (Paul Giamatti), e depois de o fazer tem de regressar ao seu mundo, tarefa complicada pela presença de um animal aterrador que a tenta impedir. Não entro em mais pormenores da história nem das interpretações a que pode estar sujeita porque devem ver primeiro o filme, com a mente totalmente aberta, sem uma pré-definição de como a interpretar. Se depois de o ver quiserem falar sobre isso, óptimo que eu estou mortinho por isso... :)

P.S. - Tentem chegar a tempo ao filme, não percam a animação do genérico. Não só é importante para a história mas também pelo simbolismo de ser tão simples.

11 comments:

Morning_Theft said...

Genial... :p

Leididi said...

É ma-ra-vi-lhoso. Fiquei sentada, a modos que quase prostrada, a ver as letras a subir e com um nó na garganta. é o maior.

Ryder said...

Foi também o efeito que teve sobre mim, ao nível do impacto de um "Shawshank Redemption" ou de um "Seven"...

JAP said...

Curiosamente a primeira ideia que tive do filme foi esta, que seria bom. Depois vi novo trailer e a ideia mudou um pouco. Ontem uma amiga minha foi ver e disse quer era uma grande merda. Tenho de ver com os meus olhos. Seja como for acho que a mistura de romance com um triller é um pouco estranha, e daí...

Ryder said...

Romance?? Thriller?? Estás completamente ao lado, da mesma maneira que o filme passou ao lado da tua amiga...
Como diz o poster: "A bedtime story, written and directed by M. Night Shyamalan".

Anonymous said...

então, era por causa deste filme que tavas naquele stress todo ontem?
ok, percebe se! =)

Papoila said...

Tenho curiosidade em vê-lo.

Rivera said...

Por acaso quero ir vê-lo...

Também gosto deste realizador e há vários meses que vi o trailer que me fez ficar cheia de curiosidade.

Fábula said...

ainda ñ vi, sei q a crítica tem variado entre o mto bom e o mto mau e isso faz-me ter uma curiosidade enorme em relação ao filme...

NAM said...

Também gostei bastante.

bone daddy said...

Fui ver hoje e não sei se sei o que escrever aqui...

É comum eu não saber logo o que penso em relação a algo...

A primeira vez que li A Metamorfose não gostei. Da segunda (no dia seguinte) achei - vá lá - engraçadito. Da terceira já achei bom. Depois da quinta tornou-se num dos meus livros favoritos.