Monday, November 27, 2006

"Do I look like I give a damn?"


Ele está de volta! Depois de muita polémica à volta da escolha de Daniel Craig, com críticas a torto e a direito ainda antes de ele começar sequer a filmar (tenho de admitir que eu próprio não estava muito convencido), finalmente chegou o novo Bond: "Casino Royale". E começando pelo tema polémico, convém dizer que Craig é convincente, bastante convincente (gostaram do toque?) como Bond. Com uma postura mais crua, mais agressiva que Pierce Brosnan, menos convencida (apetecia-me dizer cocky) que Roger Moore e bem mais convincente que Timothy Dalton (não vou falar de George Lazenby, que é cruelmente apontado como o pior mas apenas fez um filme), Craig está próximo do registo de Sean Connery, tanto em capacidade de interpretação como na imagem de Bond que encarna. Mas o certo é que também ainda ele ainda só fez um filme, por isso é ainda cedo para avançar que é já o melhor Bond desde Connery, ou que é melhor ainda, como já li nalguns textos. Vamos dar-lhe tempo...
Para além disso, também o argumento (trabalhado por Paul Haggis, de "Million Dollar Baby" e "Crash") é bastante superior (o que ajuda o trabalho de Craig) a qualquer um dos interpretados por Brosnan, pois (coincidência?) vem de um dos livros originais de Ian Fleming, neste caso o primeiro (e o único que faltava), aquele que relata a chegada de Bond a agente "double O" e a sua missão de estreia enquanto tal. Temos aqui menos explosões desmedidas, menos milagres feitos por aquele que é suposto ser apenas uma pessoa, no fundo um aproximar à realidade mais patente nos primeiros filmes, sem perder claro o espírito do agente secreto que faz as coisas mais incríveis sem perder a compostura. Basta ver a boa percentagem do filme que é filmada numa mesa de poker e os jogos psicológicos aí feitos para perceber que este não é um filme feito de tanques a percorrer ruas da cidade... Palavra de elogio ainda para a Bondgirl de serviço, Eva Green está óptima como Vesper Lynd (adoro estes nomes das Bondgirls). E para os pequenos momentos que mostram como é que os tiques de Bond aparecem.
Depois de alguns anos a perder o gosto por ver um filme do 007, gosto esse que vinha de há muito tempo (vi-os todos), estou agora ansioso por ver o próximo, esperando que mantenha toda a aura deste "Casino Royale", a profundidade do argumento e que Craig mostre ser, pelo menos, o segundo melhor Bond (tenho uma certa simpatia por Sir Sean Connery).

4 comments:

bone daddy said...

Embirrei há uns anos com a saga Bond. Mas convenceste-me a ver este...

Konieg said...

Não sou fã de Bond. Não há forma de escapar, acaba sempre por ME soar a repetitivo, se calhar mesmo quando não é (chamem-lhe preconceito). Desde o vodka-martini (batido, não mexido), até à Bondgirl, sempre bo... perdão, linda e maravilhosa (e não é só as Bondgirls, pelos sítios onde o Bond passa, nunca há mulheres feias), até ao fim mais ao menos previsível (aqui estou à vontade, não li os livros do Fleming, logo não sei os enredos).
A parte das TVs anunciarem os seus filmes a cada intervalo deste fim de semana que passou também não me ajuda muito a gostar dele, mas é verdade que isto tudo também é motivado pelo meu mau feitio.
Seja como for, vou ver o filme, até porque tenho o bom hábito (haja um) de só criticar depois de ver. E as críticas ao filme teem sido boas - não, a tua não conta, ryder :D

btw, em jeito de curiosidade, parece que este Casino Royale (da book himself) foi inspirado numa passagem de Fleming pelos casinos de Lisboa durante a World War II. E parece que a coisa não lhe correu muito bem...

JAP said...

O título do post está fantástico, não está? Adorei essa cena! Essa e a do fim, Bond, James Bond. (o inicio de uma saga)

O que me irrita na saga Bond é a total descomplacência pela linha temporal e a tecnologia da altura. Vá lá que neste não havia grandes gadgets mas mesmo assim...

Anonymous said...

A Eva Green está booooooooooa todos os dias. Acho que molhei a cadeira do cinema...