Friday, June 02, 2006

Música, calor e cerveja, eis os festivais de verão (Parte II)

O segundo dia do Act 1 do SuperBock SuperRock começou com boas e más noticias. Fui mais cedo prevendo nova entrada lenta, e entrei em 10 minutos. A má noticia foi que estavam temperaturas bem elevadas e entrar mais cedo não foi uma boa opção, pois esperei mais de hora e meia pelo primeiro concerto, e a cerveja a certa altura deixou de ser uma boa solução, pois se quisesse hidratar à velocidade que desidratava, ficava embriagado bem cedo.

A música começou com os Primitive Reason, uma banda que nunca tinha apanhado em concerto e gostei de ouvir, embora seja certamente mais agradável com menos 10 graus (pelo menos). O calor retirava as forças necessárias para acompanhar a banda, cheia de ritmo e energia, cujo ponto alto (a nível pessoal) passou pelo (bom) uso de um Didjeridou.

Este foi um dia fraco a nível da “Quinta dos Portugueses”, pois nenhuma banda me agradou. Primeiro actuaram os DaPunkSportif, que deram azo a uma volta pelo recinto. Este tinha algumas distracções como Matraquilhos, Body Painting ou até mesmo uns minutos a olhar o Rio Tejo.

A seguir entraram no palco principal os Alice In Chains, numa actuação muito aguardada (pelo menos por mim) desde que se soube que iam entrar em tournée pela Europa, com a entrada do novo vocalista. E bem que o podiam ter ido buscar a um “Chuva de Estrelas” ou algo assim, pois tem um registo praticamente igual ao do falecido Layne Staley, pelo que permitiu reviver bons momentos de grunge ao seu melhor nível, com "Rooster" ou "Man In The Box", entre outros. Pena o sol por trás do palco ter cortado um pouco o ambiente, mas foi bom ver nas caras de quem assistia ao concerto uma sensação de alegre nostalgia.

De volta à “Quinta dos Portugueses”, actuaram os If Lucy Fell mas, como já adiantei, também não me agradaram.

Em grande estiveram os Deftones, com o som excelente e a criar uma óptima relação com o público. Inclusivamente Chino Moreno, o vocalista (com uns quilos a mais), chegou a interpretar uma música em cima das barreiras para o público, agarrado por todos aqueles que estavam ao alcance de um braço, e exibindo uma bandeira portuguesa que alguém lhe atirou.

Após uma breve passagem dos X-Wife pelo palco secundário (mesmo assim foram os menos maus da noite, digamos assim), aproveitada para uma volta pelas bancas da bebida e comida, chegou uma banda cuja sonoridade não me agrada (desatino particularmente com a voz), os Placebo. Deram um concerto muito profissional, sem falhas e que aparentemente agradou aos adeptos (alguns incondicionais mesmo) da banda, mas que me pareceu demasiado frio, sem qualquer relação com o público. Não me recordo de ter ouvido mais do que um “Boa noite!” em todo o concerto, com as músicas a sucederem-se umas às outras sem qualquer interrupção. Destaque (pessoal) negativo para o facto de não terem tocado a única musica que realmente gosto ("Pure Morning").

Uma palavra em particular para o vocalista da ultima banda da “Quinta dos Portugueses”, os Vicious Five: Menos pose, menos arrogância e maior qualidade musical, se quiserem chegar a algum lado. Não estavam a agradar a ninguém e ainda por cima agiam como se fossem a maior banda a tocar naquela noite. Tocaram “Fight For Your Right” dos Beastie Boys naquela que seria a sua última música da noite, e quando até podiam ter saído na altura certa, o vocalista resolve anunciar que vão tocar mais uma, sendo mesmo vaiado(!!).

Após 30 minutos de silêncio angustiante (este segundo dia tinha bem mais gente que o primeiro, e a maioria queria mesmo era ver a última banda da noite), os Tool concluíram de forma brilhante este Act 1, com um grande investimento visual a acompanhar a excelência musical de Maynard James Keenan (sempre ao fundo, sem qualquer tipo de luz, como que a dar primazia aos instrumentistas), Adam Jones, Danny Carey e Justin Chancellor. Foram, também eles, algo frios na relação com o público, e nem sequer houve qualquer encore, mas provaram o porquê de serem os cabeças-de-cartaz da noite.

11 comments:

Mike Monteiro said...

Nenhuma banda portuguesa te agradou? :)
Eu acho que foram o melhor do dia tirando o final de noite com Tool.

Foi muito curioso ver os If Lucy Fell no Super Bock. Assisti a alguns concertos deles, desde um bar em Cacilhas passando pelo IPJ e aos poucos e poucos foram ganhando uma pequena legião de fans. O som único e o carisma de Makoto (o vocalista) aqueceram o palco, quiçá o maior que alguma vez actuaram ou voltarão a actuar.

Quanto aos X-Wife, há muito que os queria ver ao vivo. Um, dois anos? Finalmente consegui e na primeira fila. Pena a organização lhes ter curtado o pio ao fim de 15 minutos. Registado com o "parece que já não podemos tocar mais" do vocalista.

Os Placebo ficaram aquem das minhas expectativas. Adoro o som deles, mas estava há espera de mais. Talvez não sejam banda para um festival. Quem sabe um dia os veja pelo Coliseu..

Relativamente ao concerto de The Vicious 5 tu estavas onde pá? :))
É mais uma banda que tenho acompanhado desde a ZDB. O vocalista é consensualmente aclamado pela critíca como um verdadeiro animal de palco no melhor sentido do termo. E quanto ao não estarem a agradar ninguém, lembro-me que lá há frente estavam umas quantas centenas a curtir o som. São donos de um dos melhores albuns rock portugueses do ano.

Finalmente concordamos em Tool. Momento da noite. Queremos mais, queremos mais, queremos mais :)

Abç!

Ryder said...

Bem, já dizia o outro que as opiniões são como...
Realmente X-Wife deu para ficar com alguma curiosidade, mas foi pouco tempo.
Quanto aos Vicious 5, acredito que umas quantas centenas pudessem estar lá na frente a curtir, mas os outros milhares todos não lhes estavam a achar muita piada. À minha volta só se ouviam piadas sobre eles, e foram bem audíveis os apupos quando ele disse que ainda podiam tocar mais uma... O vocalista pode ser o maior animal de palco do mundo, mas aqueles tique presunçosos quando a grande maioria estava com vontade que eles bazassem só pioraram a situação. E que dizer de quando ele disse algo do género: "Vamos fazer um acordo, nós damos o melhor espectáculo que alguma vez ouviram e prometem não magoar estas duas meninas aqui à frente, que são muito especiais para nós". Eeerrr... O que foi aquilo? :P Quanto a ser um dos melhores albuns rock portugueses do ano, até dou o desconto porque te tenho como pessoa de bom gosto musical... Mas ali, naquele dia e com aquele público, não resultou :P

Anonymous said...

Ehehe agora sim posso comentar...
Ora bem (cof, cof..), aqui vai o meu relato do Segundo Dia o Act I do Super Bock Super Rock: cheguei às imediações do Parque Tejo por volta das 19h, no início do concerto de Alice in Chains e logo que entrei lembrei-me aqui do Ryder (que não sabia que eu ia) e achei que o concerto foi um espectáculo. Quando este terminou, eu e a Inês (a amiga que foi comigo e a quem eu agradeço IMENSO ter-me arranjado o bilhete para uma noite fantástica) tivemos a ideia de nos aproximarmos mais do palco: meu dito, meu feito! Deu asneira… fomos apanhadas no mosh dos Deftones, mas estes tocaram o primeiro acorde! “Toca a fugir daqui!” pensei eu. Durante o concerto dos Deftones, aproveitámos para dar uma volta pelo recinto (que arrependida que eu estou de não ter levado dinheiro) e eu andei a procura do Ryder… sem resultado!
Entretanto aproximam-se os X-Wife e nós voltamos para junto do palco… à espera dos Placebo! Ora a Inês é confundida com um sofá por um gajo podre de bêbado e aparece me o meu irmãozinho a frente, rodeado de uns amigos muito simpáticos!
Começam os Placebo! O concerto até foi muito interessante… pecou apenas pela falta de interacção com o público (foram muito frios!) e pela tipa histérica que estava atrás de mim… o momento alto deste concerto foi (sem dúvida) o homem “duvidoso”! “Uuuuuuhhhhhhhhh”…eheheh
Ora, depois começou a espera (grandita, por sinal)... os Tool nunca mais apareciam e as minhas costas estavam me a matar… o que vale é que ainda fomos conversando e dizendo mal do vocalista dos Vicious Five (que era um freak de primeira) e finalmente! Os Tool entraram em palco e foi um concerto ESPECTACULAR! Aqueles vídeos, as partes instrumentais das músicas… tudo! Foi perfeito!(o problema foi só mesmo o cansaço… tinha me levantado as 7h00 nesse dia e já eram quase 2h00).
Pronto… e depois de ir passear àquela hora da noite para a Póvoa de Santa Iria e imitar o Olavo Bilac (“Ama-me… Leva-me, p’ra láááááá… do meu horizonte! Fala-me de Amooor!”) no carro do Bruno (acho eu que ele era Bruno… ou seria Nuno??.. bem peço desculpa à pessoa em questão pela confusão).. cheguei a casa! Às 3h40 da manhã… está claro que no dia a seguir nem me mexia!


(Nota: este comentário era para ter sido feito ontem, mas não estava a abrir a página.)

Zebedeu said...
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Zebedeu said...

Não posso deixar de comentar isto:

"É mais uma banda que tenho acompanhado desde a ZDB. O vocalista é consensualmente aclamado pela critíca como um verdadeiro animal de palco no melhor sentido do termo. E quanto ao não estarem a agradar ninguém, lembro-me que lá há frente estavam umas quantas centenas a curtir o som. São donos de um dos melhores albuns rock portugueses do ano."

Tens de me dizer onde leste isso ... Vicious Five no meu entender (que não passo de um leigo!!) é uma banda "boa". E sinceramente depois de os ver ao vivo "surpreenderam-me" pela negativa.
Quanto ao resto do dia, placebo é aquela banda que já se conhece (creio que foi o 10º concerto deles por palcos portugueses!!), Deftones como disse o ryder TÁ GORDO E BEM GORDO mas ainda tem um pouco daquela magia em palco, Alice In Chains foi Alice In Chains se bem que este "novo" vocalista da banda tem na sua voz "tons" do falecido Layne Staley e para rematar e finalizar:

TOOL o concerto mais aguardado, valeu a pena os 30 (ou quase) reboots aos computadores para a projeção do espectáculo. Eles em palco são "bombasticamente" sonoros. Quanto ao Encore, miguel não sei se sabes mas o limite "legal" para festivais são as 2 da manhã, com tanto tempo perdido na preparação do palco deixou de haver encora (o que foi mt mau mesmo!!!)

Mike Monteiro said...

"Tens de me dizer onde leste isso ... "

Google search "viciou 5 vocalista".

Ryder said...

Bem, de todas as opiniões que dei dos concertos do SBSR nunca pensei que seriam os Vicious Five a suscitar polémica. Em todo o caso, as minhas apreciações aos dois dias do Act 1 são puramente pessoais, pelo que obviamente estão abertas a comentários discordantes.
Era óbvio, ao ver o cartaz, que muitos fãs de Korn iriam gozar com os fãs de Within Temptation (por exemplo - e o contrário também é verdade). Assim como fãs de Deftones iriam comentar sarcasticamente os fãs de Placebo e vice-versa.
Em todo o caso, vamos admitir então que ele é um animal de palco e que a maioria do público é que estava noutra onda. Se lhe achaste graça badjugas ainda bem, mas eu não achei, pareceu-me tudo falso, forçado. E eu estava junto à mesa de som do palco secundário e posso-te dizer que nao vi "muita gente à frente do palco secundário a curtir"... Naturalmente, e como próprio disseste, há gostos para tudo e é perfeitamente natural que haja quem os aprecie, senão certamente não teriam tido aquela oportunidade nem os comentários positivos que já vi na net à própria banda.

Zebedeu said...

lobistico sem queres suscitar polémicas ... onde é q leste q "São donos de um dos melhores albuns rock portugueses do ano." Agora se o "gajo" é um animal em palco o que podemos dizer do Rui Sidónio !! :P

Mike Monteiro said...

O são donos de um dos melhores albuns rock portugueses do ano, não é uma citação mas sim uma opinião pessoal.

Abraço

Zebedeu said...

Ok, compreendido! :)

Anonymous said...

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